ELLEN CURRAN

Instrutora Bíblica da Associação Sul da Califórnia

MUITO tenho apreciado através dos anos o privilégio de trabalhar com ministros que criam em reuniões pastorais de obreiros. Tenho observado os benefícios e o prazer de tais programas, e às vêzes tenho sentido a falta de eficiência na obra em virtude da ausência de tais reuniões. Reuniões pastorais regulares de obreiros sempre ajudam a promover forte obra de equipe.

Tenho ouvido algumas vêzes instrutores dizer: “Gostaria que meu pastor promovesse reuniões de obreiros. Tenho trabalhado sempre e sempre só. A greja nem mesmo fica sabendo de minha presença.” Ou: “Sinto como se não pertencesse ao grupo!” Tenho ouvido obreiros bíblicos fazerem semelhantes declarações.

Por outro lado, tenho ouvido ministros dizerem: “Gostaria que minha obreira bíblica me fizesse saber o que está fazendo. Ela trabalha simplesmente por conta própria. Nunca sei com quem ela está estudando.” Alguma coisa está errada na relação entre tais obreiros.

Numa série de conferências uma obreira bíblica estava trabalhando muito fielmente, muito embora jamais tivesse sido pùblicamente apresentada. Uma tarde, transbordante de gôzo ela levou dois casais ao pastor e os apresentou. Falou-lhe de como êles haviam apreciado as conferências e haviam tomado posição ao lado de Cristo. Eram êles pessoas distintas. A verdade da questão era que a obreira bíblica havia dedicado estrênuo trabalho pessoal e oração a êles. Mas que fêz o pastor? Disse à sua obreira algumas palavras de reconhecimento na presença dessas pessoas? Não, êle não o fêz. Deixou-a em pé de lado, completamente ignorada, e excitadamente marcou encontro com êles para estudos bíblicos. Mais tarde a instrutora bíblica disse ao ministro: “O senhor não deseja que eu continue com essas famílias?”

“Oh, não,” disse êle, “isso é um trabalho para homens. Eu tomarei cuidado dêles pessoalmente.” Mas o cuidado já tinha sido tomado.

A instrutora bíblica tinha-os ajudado em todo o percurso da fé, e tinha-os levado ao pastor para que êle pudesse conhecer os felizes resultados de suas conferências. Mas ela tinha pràticamente ficado desprestigiada com essas pessoas, por causa da incúria dêsse pastor. Certamente isto não era um trabalho de equipe.

Pode haver também o outro lado. Pode ser que o pastor não possa confiar à obreira bíblica maior soma de trabalho porque ela não está centralizando a sua obra em tôrno do pastor. Êle é a pessoa que ela devia prestigiar, e devia encorajar o povo a amar e respeitar. Jamais devia ela amarrar o povo a si mesma. Nem devia falar de sua obra como alguma coisa separada dos interêsses do pastor. Ela está trabalhando sob a forte influência do pastor, e em todo o seu trato com o povo ela devia manter esta devotada atitude em relação ao seu pastor ou evangelista. Êste princípio, com efeito, aplica-se a outros obreiros associados ao team, e concorrerá para aumentar o seu próprio sucesso entre o povo.

É um plano bem aprovado, que a instrutora bíblica, bem como o pastor, estejam bem familiarizados com cada candidato ao batismo. É muito difícil para uma obreira bíblica ajudar os conversos depois que êles foram batizados, se o ministro não a ligou com essas pessoas antes de haverem-se batizado. Ela pode também ajudar mais eficientemente por ocasião do batismo se conhece todos os candidatos.

Auxílio do Conhecimento Mútuo

Entretanto é mesmo mais importante para a instrutora bíblica tornar conhecidos os seus doutrinados e novos amigos ao pastor tão logo quanto possível. Eu desejo que meus novos contatos sejam logo apresentados ao pastor, para que o apreciem pessoalmente e desfrutem seus sermões. Isto os ajudará vir regularmente ouvi-lo pregar. Tal convivência ligá-los-á ao pastor, e êle poderá ajudá-los de muitas maneiras.

Vários pastôres com quem tenho trabalhado têm-me dito que nunca hesitam em interromper sua conversação com membros da igreja, se há algum estranho a ser-lhe apresentado. Não é isto cooperação? Eu tenho mais de uma vez convidado meu pastor e sua esposa para jantar em minha casa, apenas pa-ra pô-los em contato com bons interessados em perspectiva, e êles têm vindo, algumas vêzes com prejuízo de seus próprios planos. Isto é trabalhar juntos.

A instrutora bíblica não necessita de relatar batismos quando trabalha em equipe com o seu pastor. Ela verá que grangeia o reconhecimento próprio para o seu trabalho. Isto de novo se aplica a todos os obreiros associados.

Para relações de sucesso o ministro e seus colaboradores necessitam de familiarizar-se uns com os outros para perfeita compreensão. Certamente que uma reunião regular do grupo cada semana ajudará em grande medida a se conseguir êsse feliz resultado. Agendas para essas reuniões diferem de semana a semana, de acôrdo com necessidades correntes, mas em geral uma agenda começa com uma breve leitura da Bíblia ou do Espírito de Profecia, a fim de harmonizar os corações, e uma breve oração por guia. A sessão de oração pode ter lugar no final da reunião, depois que as necessidades tenham sido apresentadas.

Todos têm seu caderno de apontamentos semanais aberto com indicação de datas e informações importantes, bem como apontamentos pessoais. O pastor então abre a seção com novos itens acêrca da obra e da igreja em geral, e qualquer anúncio que deva ser feito. Em outras palavras, êle nos põe ao corrente das coisas, digamos assim. Isto é apreciado pelos vários obreiros, e cria companheirismo e unidade. O pastor, de fato, tem planos definidos em mente, e porque os apresenta em reuniões do grupo e pede opiniões, raramente tem dificuldade de fazer passar suas idéias na aprovação do resto do grupo. É da máxima importância que todos saibam a respeito dos planos, que sejam entusiastas em relação a êles, e capazes de responder a perguntas quando necessário.

Nesta ocasião os vários obreiros podem expressar suas observações, boas ou más, com respeito às últimas reuniões dos sábados ou à obra, em geral. Durante uma série evangelística há tanto sôbre que falar. Como é agradável ao pastor e a todos os obreiros ouvir relatos favoráveis.

Relatório Individual do Obreiro

A seguir cada obreiro por sua vez é convidado a relatar como as coisas estão indo em seu departamento. (Os pormenores da atividade de cada membro do grupo são discutidos privadamente com cada um, de maneira que não se consuma demasiado tempo na reunião em geral do grupo.) O ministro da juventude em nossa igreja é geralmente o primeiro na lista. Êle expressa seu gôzo e tristeza na obra pelos jovens. Cada um, na verdade, partilha êste fardo com êle, e planos são discutidos. Pedem-se orações especiais. Anotamos em nosso caderno as datas para reuniões com jovens e juvenis, bem como os oradores, e assim podemos prestar ajuda direta a pessoas nessas reuniões.

Se há um pastor associado êle apresenta o fardo e as necessidades das pessoas sôbre o seu coração. Ao instrutor biblico é permitido expor brevemente como se estão desenvolvendo os novos interessados, pedindo-se orações pelos que têm problemas especiais.

O secretário da igreja tem uma mancheia de anotações a apresentar. Há numerosos pedidos a mencionar, como para enfermos, pobres e necessitados. O pastor faz anotações em seu livro de itens que necessite apresentar à Comissão da igreja, e os outros nomes e problemas são destinados a diferentes obreiros. Eu tenho apreciado sempre o meu pastor deixar-me livre para fazer obra bíblica antes que obra de igreja.

Durante a Recolta ninguém se considera demasiado ocupado para participar da campanha. Além de fazer algumas solicitações, cada um despende horas ao telefone convidando o nosso grande número de membros a completar a lista, falando com êles amigàvelmente e lembrando-lhes com tato que nós contamos com êles. Revezamos neste tipo de trabalho e a resposta é compensadora.

Algumas vêzes o pastor anuncia uma surprêsa. Seja levar o grupo a um convescote ou a uma ceia, é desnecessário dizer que isto ajuda grandemente no companheirismo do grupo.

Problemas que Surgem e Sua Solução

É fácil dirigir reuniões pastorais de gru-po evangelístico? Há problemas a enfrentar? Sim, muitos.

Problema N°. 1. Obstrução dos trabalhos — inocente ou não. Manter as observações exatamente nos limites do assunto não é fácil tarefa para o pastor. Num momento alguém no grupo pode desviar um pouco o assunto, outros o acompanham, e eis uma desnecessária discussão. Pode tratar-se um problema favorito de TV, automóveis ou finanças.

A instrutora bíblica pode divagar demasiado sôbre os problemas do pobre seu José, ou de qualquer outro de seus discípulos. Isto pode consumir valioso tempo. O relógio na parede está indicando os minutos que se vão. O eficiente e amigável pastor, entretanto, está alerta. Não o podeis desviá-lo. Êle é alérgico a perda de tempo numa reunião de obreiros, e põe as coisas no seu lugar. Êle pode contemporizar com um compreensivo sorriso algum tempo, mas logo olha para o relógio e para a sua agenda, e convida a todos a que se voltem para o assunto em pauta. Assim êle consegue cobrir sua agenda no tempo específico.

Problema N°. 2. Qual é o tempo ideal para se ter reuniões do team? Há muitas interrupções inesperadas. Há doentes, enterros, noivados, reuniões da Comissão do campo, campanhas especiais, etc.

Planejando a Reunião do Team

O último problema que mencionarei é algo sério. Trata-se do tempo despendido pelo pastor no planejamento da reunião do grupo. Toma algum tempo precioso do pastor preparar a agenda, mas isto é básico para uma reunião bem sucedida e proveitosa do grupo. Um de nossos bons pastôres gasta a manhã de segunda-feira para a reunião da tarde com o grupo. Certamente paga a pena gastar o pastor êste tempo sòzinho fazendo planos bem cuidados. Se se não toma tempo para planejamento prévio, qual o resultado? Êles trabalham frenèticamente procurando manter-se a passo com os numerosos encargos, sempre se sentindo demasiado ocupados e sobrecarregados. No entanto em todo o tempo poderão partilhar muito do pêso com o resto dos membros do grupo, mediante designar a cada um certas tarefas, assim ganhando tempo.

Quando de início encontrei um de meus bons pastôres alguns anos passados, verifiquei ser êle um dêsses homens extremamente ocupado. Fatigou-me fazendo-me ouvir quão ocupado, quão tenso e sobrecarregado era êle. Tomou grande parte do seu tempo para dizer-me isto. Um dia eu disse de maneira amigável: “Pastor Blank, todos nós, os seus obreiros, não somos bons como devíamos!” Êle olhou-me surprêso. Eu continuei: “Nós não o estamos ajudando muito. Estamos deixando o senhor com demasiado trabalho sòzinho.” E acrescentei: “Gostaríamos de ajudá-lo mais.”

“Bem,” disse êle, “o que vocês gostariam de fazer por mim?” Algumas sugestões foram feitas e as coisas mudaram. O trabalho em equipe se desenvolveu. Êle passou a nos confiar mais e mais tarefas na conquista de almas. Isto lhe deixou tempo para outros importantes trabalhos.

Nós, assistentes dos pastôres, gostamos de sentir que estamos ajudando os pastôres a levar seu pesado fardo, e que êle está na realidade dependendo de nós para certas responsabilidades. Não podemos deixá-lo sobrecarregado. Sim, pastôres e evangelistas, tomar tempo para organizar reuniões de team evangelístico paga bem a pena.

As reuniões pastorais de grupo evangelístico provêem maravilhosa oportunidade para que jovens obreiros observem um trabalho pastoral de sucesso. É inspirador ver como êle se relaciona com problemas grandes e pequenos, e como corajosamente êle busca de Deus auxílio para solver êsses problemas. A observação de como êle aplica princípios cristãos em todo o seu trato com outros faz profunda impressão. Ouvir o pastor orar por cada um de seus obreiros pelo nome dá nova coragem e devoção para a tarefa. Tal método resulta em criar confiança na liderança do pastor e no desenvolvimento de um team forte e leal. Cada obreiro sente que é uma importante parte da organização e deve sustentar o objetivo final da obra. Todos participam do trabalho e todos participam do sucesso. O pastor sábio prevê isto!

Sou uma firme crente nas reuniões pastorais e no trabalho de equipe. Através dos anos minha experiência na obra de Deus tem sido enriquecida e minha visão tem-se expandido pela inspiração ganha em reuniões do grupo e em conselho pessoal de ministros piedosos. Efetivamente, eu sentiria grandemente a falta dessas reuniões em minha obra bíblica. Aqui está um lugar onde o companheirismo em oração opera milagres.