M. K. ECKENROTH

(Professor de Evangelismo, Seminário Teológico)

ESTAS palavras do profeta Isaías fortemente nos sugerem a intimidade e a correlação existente entre o verdadeiro evangelismo e o verdadeiro culto. De fato, uma das maiores funções tríplices do culto está expressa na palavra oferenda, e esta é em si mesma a essência e a substância do evangelismo.

O culto consiste em três funções principais — apreciação, comunhão e oferenda. Tem o evangelismo como seu objetivo a função de ser o veículo por cujo meio homens e mulheres são levados ao conhecimento do Deus vivo e verdadeiro e à comunhão com Êle.

A palavra usada por Isaías, traduzida por “repouso” provém da palavra hebraica nachath, que literalmente tem em sua significação o pensamento de acomodar-se. Claro é que o profeta escolheu esta palavra especial com o fito de descrever precisamente o ato de alguém apresentar-se perante Deus e acomodar-se a um companheirismo e doce comunhão. Dêsse companheirismo e comunhão adviriam o inevitável corolário da dedicação da vida e do serviço. Assim é que o evangelismo tem em si o elemento básico do culto, e os dois não estão em conflito um com o outro.

Não quer isso dizer que a hora do culto divino na manhã de sábado deva ser dirigida de maneira idêntica à empregada numa reunião orientada originàriamente nos moldes evangelísticos populares. O propósito básico dos dois é idêntico: o de guiar homens à experiência de um encontro direto com Deus. O problema foi bem exposto nos escritos do Espirito de Profecia:

“À medida que aumenta a atividade, e os homens são bem-sucedidos em realizar alguma obra para Deus, há risco de confiar em planos e métodos humanos. Vem a tendência de orar menos e ter menos fé. Como os discípulos, arriscamo-nos a perder de vista nossa dependência de Deus, e buscar fazer de nossa atividade um salvador. Necessitamos olhar continuamente a Jesus, compreendendo que é Seu poder que realiza a obra.” — O Desejado de Tôdas as Nações, pág. 268.

A atividade tem aumentado e está iminente justamente o perigo que a mensageira de Deus nos indicou nessas palavras. A fé não é estranha à vida. Ela é o grande segrêdo desvendado. Foi provada e achada prática na maioria das ocupações comuns do homem. Tudo quanto alguém faz em incontáveis maneiras, que se relaciona com a vida e a pessoa, é feito pela fé.

Nunca dantes na memória do homem foi mais fácil entabolar uma conversação religiosa com nossos semelhantes. Conversações de caráter religioso são ouvidas em tôda parte, e tornar a fé real para outros é a função da igreja, tanto na sua hora de culto e no ambiente da congregação, como nas campanhas de evangelização pública.

Temos que manter sempre abertos os canais para o recôndito da alma humana. O desespêro só desaparece quando o homem encontra liberdade em Deus. “Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade” (II Cor. 3:17).

Existe o constante perigo da complacência e satisfação própria para com as realizações ou consecuções. Podem os gráficos e mapas ser excessivamente decepcionantes, e os santos não estão imunes de sua possível desilusão. Conquanto se possam amontoar os totais e grandes sumários acumular-se em seqüência contínua, podem as porcentagens individuais diminuir. Talvez demos ênfase excessiva aos totais quando por assim fazê-lo possamos estar louvando o declínio individual e a consecução reduzida. Bem faremos em atentar para algumas significativas declarações da mensageira de Deus:

“Apor o nome ao credo de uma igreja não tem o mínimo valor se o coração não está verdadeiramente mudado. . . . Podem os homens ser membros de igrejas e aparentemente agir com sinceridade, desempenhando uma série de deveres ano após ano, e não obstante não estarem convertidos.” — Review and Herald, 14 de fev°. de 1899.

“O povo de Deus muito tem perdido por não manter a simplicidade da igreja tal como é em Jesus. Essa simplicidade foi desprezada, e formas e cerimônias e uma série de atividades febris em trabalho mecânico tomou-lhe o lugar. O orgulho e a mornidão tornaram o professo povo de Deus numa ofensa à Sua vista. Pretensa suficiência própria e complacente justiça própria mascararam e esconderam a extrema indigência e nudez da alma; mas perante Deus tôdas as coisas estão nuas e manifestas.” — Idem, de 7/8/1894.

“As coisas espirituais não foram discernidas. A aparência e a maquinaria foram exaltadas como coisas valiosas, ao passo que a excelência da verdadeira virtude, a nobre piedade e a santidade de coração, alcançaram consideração secundária. Aquilo que devera estar em primeiro lugar ocupou o último e de menor importância.” — Idem, de 27 de fev°. de 1894.

“Têm idéias errôneas quanto ao trabalho, e acham que estão trabalhando àrduamente, quando se houvessem exercitado método no trabalho, e se aplicado inteligentemente ao que tinham de fazer, teriam produzido muito mais em menos tempo. Demorando-se nos assuntos menos importantes, acham-se apressados, perplexos e confusos quando são chamados a cumprir os deveres mais importantes.” — Evangelismo, pág. 649.

Técnicas no Culto de Evangelização

Tremendamente importante é que nosso primeiro trabalho seja tornar real a fé. Nenhum estímulo mecânico ou artificial pode jamais impelir o cristão a fazer serviço para Cristo mais eficaz do que na atividade que é produzida por meio do verdadeiro culto. Analisaremos três princípios provenientes de técnicas de evangelização fundamentais relacionadas com o culto:

  • 1 — Um procedimento que é impelido pelo senso da lealdade. Êste senso de lealdade pode assumir formas várias, tais como lealdade ao evangelista, ao pastor, ao instrutor bíblico, ou a algum membro da igreja; ou talvez resultar de algum favor que haja sido feito. Não consideramos isso um senso de lealdade a Deus, mas um senso de lealdade criado artificialmente na mente do indivíduo por motivo de alguma coisa que lhe haja sido feita.
  • 2 — Um procedimento que leva alguém a prestar culto a Deus por motivo de profunda convicção íntima. Esta convicção é resultante de um despertamento espiritual através da conversão. É resultante de um novo nascimento, amplo e completo.
  • 3 — Uma comparação feita entre a continuidade da atitude de um adorador e a atividade temporária resultante de alguma técnica hábil. O conjunto das experiências bíblicas testificam que a entrega a Deus criada pela relação pessoal com Êle é muito mais duradoura. Bastarão, neste sentido, dois exemplos.

O Encontro com Deus Transforma o Homem

Só podemos explicar a transformação de Saulo no apóstolo Paulo com base na experiência da estrada de Damasco. Ao entrar êle em contato íntimo com Deus num encontro direto, o resultado foi permanente. A entrega feita por Paulo na estrada de Damasco foi absoluta e decisiva porque sua visão de Deus foi absoluta. De nenhuma outra maneira pode a História explicar a transformação de incontáveis outras vidas em circunstâncias similares. Isto é evangelismo da mais alta espécie. É culto em ampla florescência.

Outro exemplo pode ser achado na experiência de Isaías. A transformação do jovem, da condição de idealista político na de profeta pode ser atribuída sòmente à sua visão de Deus. Sua declaração simples: “Eu vi … o Senhor,” é suficiente para determinar a razão de sua vida. Exceto por uma razão idêntica, não se poderia conceber a magnificência da visão e a dedicação de muitas pessoas.

Extensão do Seminário — Serviço de Diapositivos

Os centenares de ministros, professores, obreiros e amigos que adquiriram os diapositivos sôbre a Terra Santa gostarão de saber que três novas séries de extraordinário interêsse são agora oferecidas à venda. Uma delas é sôbre a Pérsia, outra sôbre as Sete Igrejas do Apocalipse e a terceira sôbre a Turquia, Grécia e Itália. Cada série se compõe de cinqüenta diapositivos coloridos ao preço de §8,00 (oito dólares) por série e as três séries completas (150 diapositivos) custarão $18,00 (dezoito dólares), porte pago.

O Dr. S. H. Horn, Professor de Arqueologia e História de Antiguidade no Seminário Teológico, visitou êsses países no verão de 1956, e as séries foram por êle organizadas de fotografias que êle mesmo tirou com o propósito de atender ao interêsse de nossos obreiros bíblicos e estudantes. Para o proveito de quem não conhece os locais ilustrados, escreveu êle sôbre cada diapositivo uma breve explicação que leva o título e a legenda correspondentes do respectivo diapositivo. Êsse comentário é fornecido em brochura e acompanha gratuitamente a série.

Os pedidos, acompanhados de cheque ou dinheiro, devem ser enviados a Business Office, SDA Theological Seminary, 6830 Laurel Street NW. Washington 12, DC., E. U. A.