CHARLES M. MELLOR

Pastor, Associação Norte-Californiana

EM CONFORMIDADE com o plano inspirado, as igrejas adventistas do sétimo dia não devem apenas servir de lugar de cultos e pregações, mas, também, de centros de instrução onde os membros aprendam a ser obreiros de Cristo, práticos e eficientes. Muito conselho nos dá a mensageira do Senhor, quanto ao desejo do Senhor para com Sua igreja. A educação de adultos está-se tomando mais e mais popular, e se estivermos alerta utilizaremos esta importante fase do verdadeiro de-senvolvimento da igreja.

Os crentes têm tido demasiados sermões; mas ensinou-se-lhes a trabalhar por aquêles por quem Cristo morreu? Ideou-se uma espécie de trabalho, que lhes haja sido apresentado de maneira tal que cada um tenha visto a necessidade de participar da obra? —Test. Sel. (ed. mundial), Vol. III, pág. 64.

Muitos teriam boa bontade de trabalhar, se lhes ensinassem a começar. Necessitam ser instruídos e animados. Tôda igreja deve ser uma escola missionária para obreiros cristãos. Seus membros devem ser instruídos em dar estudos bíblicos, em dirigir e ensinar classes da escola sabatina, na melhor maneira de auxiliar os pobres e cuidar dos doentes, de trabalhar pelos inconversos. Deve haver escolas de higiene, de arte culinária, e classes em vários ramos de serviço no auxílio cristão. Não sòmente deve haver ensino, mas trabalho real, sob a direção de instrutores experientes. — A Ciência do Bom Viver, págs. 125 e 126. (grifo nosso.)

Organizar um Curso de Estudo

Reconhecendo a importância de dar mais adequada instrução aos nossos fiéis membros leigos, foi decidido promover um curso de instrução que funcionasse durante um período de dezoito semanas. Foi planejado oferecer seis matérias que fossem práticas e proveitosas no plano de pregar o evangelho em nossa comunidade. Também, foi tomada em consideração a formação espiritual de nossos membros. Assim, foram planejadas algumas classes que alicerçassem a fé em Deus e em Sua igreja. ’

Naturalmente, o primeiro problema a ser enfrentado nesse empreendimento consiste em achar pessoas capacitadas para servirem de instrutores. Nas igrejas maiores isso não é tão difícil como nos lugares em que o número de membros é reduzido. Entretanto, excelentes instrutores podem ser conseguidos dos seguintes grupos de profissionais: ministros, instrutores bíblicos, professores primários e ginasiais, médicos e dentistas, enfermeiros e membros leigos de talento.

Em nossa própria experiência verificámos que as pessoas convidadas para auxiliar nesse projeto educativo da igreja cooperaram com entusiasmo. Todos os instrutores trabalharam diligentemente e eficientemente para o êxito do curso de estudos. Naturalmente, um projeto tal precisa ser bem planejado para dar aos instrutores tempo suficiente para prepararem a matéria que irão ensinar.

Esbôço de um Curso de Estudos

O tempo e o dia que mais convêm para o curso de estudos poderão variar de uma para outra igreja. Planejamos o nosso para as quarta-feiras à noite, no horário de nosso culto semanal de oração. Assim, não tivemos outra reunião, e foi interessante notar que nossa freqüência triplicou.

A reunião foi dividida em dois períodos de 45 minutos, com 20 minutos devocionais entre os dois períodos de aulas. O primeiro período era das 19:30 às 20:15 horas. Seguia-se, então, o período devocional, das 20:20 às 20:40, e o segundo período de aulas, das 20:45 às 21:30 horas. É imperativo que as aulas comecem e terminem rigorosamente em tempo.

Os membros da igreja são convidados para escolherem dois cursos de estudos — um no primeiro período e outro no segundo. Nós tínhamos seis matérias, o que proporcionava a cada pessoa margem de escolha no seu setor de interêsses. Muitas pessoas que não haviam freqüentado anos a fio as reuniões de quartas-feiras vinham fielmente às classes.

Matérias de Estudo Oferecidas

As matérias de estudo oferecidas em nosso curso eram variadas, de forma a ampliar o apêlo à igreja. Os quatro primeiros da lista respectiva eram ensinados no primeiro período, e os restantes três, no segundo.

São êles: “História Denominacional e Espírito de Profecia.” Esta matéria era ensinada pelo professor de Bíblia do ginásio e abrangia o comêço de nossa história denominacional bem como o lugar do dom de profecia em nosso movimento. O compêndio usado foi Lições de História Denominacional publicado pelo Departamento de Educação da Associação Geral. Esta matéria foi muito concorrida.

“Como Dar Estudos Bíblicos,” era ensinado pelo nosso instrutor bíblico. Training Light Bearers, editado pela Review and Herald Publishing Association foi usado como compêndio. Cada noite era estudado um capítulo, e cada um dos alunos dava um estudo bíblico perante a classe.

“A Escola Sabatina, Ganhadora de Almas” era ensinada pelo diretor Departamental da Associação, e visava especialmente aos que lidam com os jovens. Não havia compêndio, mas uma série de dez filmes foi exibida em classe. Houve algumas excelentes discussões nesta classe, de que todo o grupo participou.

“Objeções às Doutrinas Bíblicas” era uma classe ensinada pelo pastor da igreja. Esta matéria era apresentada em feitio de preleção e nela as doutrinas adventistas do sétimo dia eram estudadas à luz das objeções a elas apresentadas. Os que pretendiam dar estudos bíblicos interessaram-se especialmente por esta matéria.

“Primeiros socorros” foi dirigida por uma enfermeira diplomada, membro da igreja. Usava ela para compêndio a matéria do currículo da Cruz Vermelha Americana. Esta classe, também, era bastante popular.

“Escola Bíblica e Trabalhos Manuais de Férias” eram ensinados por um membro leigo bem eficiente no trabalho com meninas e rapazes. Cada ano nossa igreja promove uma grande escola bíblica de férias, e para atender a êsse trabalho estávamos instruindo adultos que atendessem a essa espécie de atividade missionária. Uma variedade de trabalhos manuais, tais como sacolas, pintura, trabalhos em ráfia e em papel crepom era ensinada. Esta matéria não tinha compêndio, havendo sido dirigida mais no sentido da execução dos respectivos trabalhos.

Muitas pessoas manifestaram sua apreciação pela instrução recebida. Foi um proveitosíssimo projeto da igreja. Um curso tal bem poderia prover uma ocasião anual de as igrejas maiores instruírem os adventistas do sétimo dia para serem mais eficientes na vida cristã e como testemunhas de Cristo.