BRUCE BABIENCO
Pastor, Associação do Norte da Califórnia
REDDING, na Califórnia é “4 As”. Que são “4 As”?
Adventistas Alerta para Ação Avançada. — “4 As” — é uma organização para adventistas alerta, desejosos de terminar a obra de Deus e fazê-la pela maneira do evangelismo total. É a organização, em Redding, que leva a igreja a dar estudos bíblicos — na medida do possível, tôda a igreja. Seu alvo é que duzentas pessoas não adventistas estudem a Bíblia cada semana com os membros da igreja.
O mando de Cristo — “Ide” —é mal-interpretado quando entendido como sendo: “Obreiro da Associação, evangeliza o mundo!” Ao obreiro da denominação é muitas vêzes feita a pergunta: “Qual é o seu relatório?” quando a pergunta devia ser: “Que fazem os membros de sua igreja?”
“Muitos pastôres deixam de conseguir, ou de tentar, que todos os membros da igreja se empenhem ativamente nos vários ramos da obra. Se os pastôres dessem mais atenção a pôr e manter seu rebanho ativamente ocupado na obra, haviam de realizar mais benefícios. . . . Uma igreja que trabalha é uma igreja que progride.” — Obreiros Evangélicos, pág. 198.
O descobrimento, pois, de como a igreja podia ser ativada, resultou nos “4 As.” Começou com o desejo do pastor Waldo Hesseltine de individualizar a ordem “Ide” na experiência dos membros da igreja de Redding. Nasceu de seu veemente empenho de vencer tôdas as barreiras que pudessem embaraçar a cooperação dos leigos em levar homens e mulheres para Cristo e para a Sua igreja.
Começando com a idéia básica de que cada no-vo membro tem que receber uma série de estudos bíblicos antes do batismo, o plano dos “4 As” centraliza-se em pedir aos membros da igreja que dêem êsses estudos. São êles instruídos nos métodos da apresentação de nossas doutrinas. São apresentados às pessoas que querem estudar a Bíblia. E são animados a prosseguir perseverantemente no seu trabalho. Em todo o sentido são convidados a tornarem-se participantes ativos dos “4 As” — Adventistas Alerta para Ação Avançada.
No preparo da igreja para a organização dos “4 As”, é necessário, em primeiro lugar, que o pastor vise um alvo supremo — a doutrinação de tôda a congregação com a idéia de que os estudos bíblicos são o melhor meio de realizar a tarefa da igreja. Isto deve ser sàbiamente entretecido em cada sermão, ouvido em linguagem sugestiva nas preleções de quarta-feiras, nas classes de sábado, et cetera — sem que se torne monótono, mas com o fito de que os estudos bíblicos se tornem o primeiro amor! Ocupam êles o lugar mais elevado no ideal do ministro para a igreja. Nada há mais importante do que os estudos bíblicos! Tôda a vida da igreja se centraliza nos estudos bíblicos. Êles são “a única coisa que eu faço.”
Neste particular se descobre que os membros da igreja anseiam por trabalhar para Cristo. Profundamente arraigado no coração de todo membro da igreja existe o empenho de fazer alguma coisa para Jesus. Mas muitos têm a opinião incorreta de que somente os obreiros da Associação podem ganhar com êxito almas para Cristo. É a obrigação do ministro, e não de outras pessoas, pensam êles. Talvez alguns dêles não tenham conseguido encontrar uma pessoa com quem es-tudar. Outro pode haver feito um bom contato e começado os estudos, e depois abandonado em desânimo. Outros desistem por motivo de ignorância quanto ao que deva ser feito e como fazê-lo. Muitas vêzes é-o por terem receio de começar.
O plano dos “4 As” é a resposta para todos êsses temores e maus conceitos acêrca dos estudos bíblicos. Êle responde aos quatro problemas básicos do indivíduo: (1) “Eu quero dar estudos, mas a quem?” (2) Não possuo instrução. Como começarei? (3) “Se eu começar, tenho a certeza de que desanimarei.” (4) “Se eu fracassar, que acontecerá?”
Como Organizar os “4 As”
Com êstes pensamentos em mente, é tempo de escolher uma Comissão dos “4 As” para atuar como dirigente. A comissão planeja as reuniões semanais, escolhe líderes especiais e compra o equipamento necessário para os estudos. Melhor é que a comissão, dirigida pelo pastor, seja composta de leigos que dão estudos bíblicos ou dos que estão interessados em iniciar pessoas nesse ramo. Tem êle a reponsabilidade de organizar e planejar cada aspecto do programa dos “4 As”.
No preparo da reunião inicial, três responsabilidades devem ser assumidas pelos membros da comissão: (1) Alguém deve ser o responsável pelo preparo dos quadros para serem postos em cavaletes. Êsses quadros têm pintado o título Adventistas Alerta para Ação Avançada e são postos em lugar apropriado, em cada reunião. (2) Uma ilustração qualquer do progresso do programa dos estudos bíblicos será animadora para os membros. Uma coroa de ouro, em que apareça uma pedra preciosa para, cada pessoa que receba estudos bíblicos poderá convir. As pedras preciosas poderão ser iluminadas por uma luz posta no centro da cora rotativa. (3) Haverá necessidade de mimeografar uma quantidade suficiente de compromissos dos “4 As” para serem usados na primeira reunião. Êsses compromissos fornecem à comissão dos “4 As” um quadro conciso do espírito missionário da igreja. Identificam, também, quem está preparado para dar estudos bíblicos imediatamente e os que querem matricular-se numa classe para aprender a dar estudos bíblicos.
Os membros da comissão e o pastor, juntos e pessoalmente em cultos particulares, têm orado pelo êxito das organizações dos “4 As”. A reunião inaugural foi bem planejada. O orador convidado, a música, e todo o programa levam então o auditório ao alvo comum — inspirar e convencer cada pessoa presente de que Deus dela precisa nos “4 As”. Nessa noite precisam ser feitas decisões. No fim da palestra do orador convidado, são distribuídos os compromissos e o pastor apela a cada pessoa para que se dedique pessoalmente ao serviço.
Reconhece-se que nem todos os membros podem participar ativamente do grupo de dar estudos bíblicos. Há, porém, necessidade de pessoas que estabeleçam o primeiro contato e entreguem os nomes aos que podem dar os estudos. E há, também, necessidade, em alguns casos, de pessoas que cuidem das crianças — grátis, naturalmente — enquanto os jovens pais dão os estudos.
Emocionante é, nos dias seguintes, ver como êsse programa semanal e especial dos “4 As” inflama a igreja de nova vida. É quase como o despertar de uma inércia hibernai. Convém escolher cuidadosamente o tempo apropriado para o culto, pois a maior quantidade possível dos membros da con-gregação deverá estar presente. A reunião semanal dos “4 As” constitui o êxito de todo o plano e é obrigatória!
O assunto da reunião semanal é a atividade missionária. Entretanto, a fim de atrair para as reuniões os membros da igreja que não estão dando estudos, apresentam-se nessas reuniões perguntas bíblicas, programas musicais, filmes, oradores convidados, palestras ilustradas com desenhos no quadro negro, relatos de livros, e estudos da Natureza. É, portanto, possível inspirar os hesitantes a que ingressem nos “4 As”, ao continuamente escutarem os testemunhos inspiradores do que outros estão realizando.
Por insistir cada semana na necessidade de dar estudos bíblicos, os “4 As” conseguem atingir mais e mais membros hesitantes. Faz-se isso por meio do breve e estimulante curto período de cada programa semanal, em que membros escolhidos dos “4 As” relatam os êxitos alcançados em seus estudos. Aí os presentes inteiram-se dos êxitos da irmã Maria ou do irmão João, e decidem-se a que também êles serão participantes do plano dos “4 As”. Êsse tempo serve, pois, de período de instrução e de veículo de contínua animação. Deve ser variado e prático para manter o interêsse.
Novos Membros Dão Estudos
Um segrêdo do êxito do programa é que novos membros são animados a dar estudos bíblicos. Êsse trabalho lhes é apresentado antes do batismo como parte natural de sua nova vida. Um novo membro tem um enderêço onde começar a dar estudos bíblicos, menos de uma semana após o seu batismo. E um casal jovem estava dando três estudos por semana, antes de estarem batizados. Entusiasmo como êsse da parte de novos conversos torna difícil que qualquer membro diga menos do que “vou experimentar.”
Com um comêço tal, os “4 As” verificam ser necessário descobrir mais interessados para receberem estudos bíblicos. O melhor meio de conseguir contatos é o consagrado distribuidor de literatura evangélica. Êle comunica aos “4 As” o enderêço dos que estão interessados em compreender a Bíblia. Entretanto, se fôr impossível utilizar êsse meio de conseguir interessados, muitos outros há, tais como as escolas sabatinas filiais, a Casa de Saúde, O Atalaia, A Voz da Profecia, etc. A isso se acrescenta o resultado natural das reuniões dos “4 As” — o estímulo de tôda a congregação na busca de interessados entre as pessoas com quem entram em contato diário.
Cada enderêço de novo interessado é entregue a um líder dos “4 As” para registo. Êsse líder mantém um registo dos membros dos “4 As” que estejam livres ou menos sobrecarregados de estudos. Êle se encarrega de estabelecer o primeiro contato do membro dos “4 As” com o novo interessado e planejar a hora conveniente para o estudo bíblico. Assim, êsse líder utiliza tôda a capacidade dos membros dos “4 As”.
As parábolas de Cristo prendiam a atenção dos ouvintes por meio da ligação das coisas eternas com o cenário próximo, e o plano dos “4 As” tira proveito dos quadros ilustrativos e projeções luminosas. Quer o instrutor prefira o método da Bíblia aberta com quadro ilustrativo, ou apenas os filmes, cada instrutor é animado a, em seu ensino, combinar a vista com o som. Tem-se comprovado que as ilustrações visuais duplicam a compreensão do estudante, além de favorecer que uma maior quantidade de membros — mesmo os menos experientes —dêem estudos imediatamente.
Outro membro dos “4 As” é encarregado de zelar pelo equipamento dos estudos bíblicos. Em sua residência pode o instrutor conseguir o projetor, os filmes, os quadros ilustrativos, etc., para o estudo de cada semana. A pessoa encarregada dêsse material tem o dever de manter o material em perfeita ordem para fornecê-lo ao instrutor no mo-mento oportuno.
O Batismo dos “4 As”
Êsse evangelismo pessoal tem a sua culminância na cerimônia batismal. O batismo, para uma igreja “4 As” não é outro culto das onze horas de um sábado. O batismo é, antes, uma ocasião especial que atrai tôda a congregação para um culto celebrado numa tarde de sábado. Faz-se um sermão curto, e a ligação de cada canditato com a organização dos “4 As” é apresentada. Às vêzes existe um histórico excepcional que revela uma especial liderança divina. Como parte integrante do culto, faz-se breve apêlo aos candidatos para que se tornem membros dos “4 As”. A cada um dêles são fornecidos uma série de Estudos Breves e um Certificado do Batismo. Todo o culto é belo, e planejado para permanecer como lembrança vivida do batismo do candidato.
Mesmo com o melhor dos instrutores, existem alguns estudantes da Bíblia que não chegam a tornar-se adventistas do sétimo dia. Entretanto, buscamos ganhar êsses através de outro meio: a série de conferências. Depois de o plano dos “4 As” haver sido executado por algum tempo, são planejadas conferências públicas, e o conferencista é convidado a fazer uma campanha de “ponta de lança.” Nela cooperam os membros dos “4 As”. Êles, ou trazem interessados para as reuniões evangélicas, ou entretêm os filhos pequenos, enquanto os pais assistem às pregações.
Assim, os “4 As” produzem batismos e vida nova na igreja! Que êsse plano produz bons resultados ficou provado antes de ser iniciado em Redding. Em Ukiah, na Califórnia, onde se pôs em prática um plano idêntico de evangelismo de cada mem-bro, realizou-se uma quantidade quase incrível de batismos.
Confia o pastor Hesseltine em que o plano fornece a solução perfeita para os problemas internos da igreja. As pessoas que empregam o seu tempo buscando ganhar outros para Cristo pouco tempo têm — ou nenhuma inclinação — para desavenças entre os crentes.
O mundo espera hoje uma visita pessoal. Multidões de almas — individualmente — anseiam por coisa melhor. Cristo, somente, é a resposta. Os necessitados só podem ser atendidos por cristãos repletos do Espírito — os membros da igreja e eu. Não ousamos fazer o trabalho sozinhos. Mas com os membros da igreja abrasados pelo amor de Deu, e com cada um dêles desempenhando a sua parte, pode o vácuo que há no homem ser enchido de Cristo, o Pão da vida.