O CULTO de oração é uma das reuniões mais importantes e que mais beneficiam a irmandade. Demos-lhe, pois, como ministros responsáveis pela congregação, a devida importância que tem para o rebanho que está suportando da parte do inimigo tôda espécie de sutis assaltos.
Convencidos primeiramente nós mesmos da necessidade dêsses cultos, devemos fazer planos definidos para melhorá-los no que fôr possível. A igreja precisa de melhores reuniões de oração e merece nossa dedicação, fruto de um maior senso de responsabilidade.
Consta-nos que muitos são os irmãos que languecem espiritualmente e dormitam na fé, os quais, na metade da semana, necessitam de outro tônico para manterem-se fortes na esperança adventista. Esta espécie de reuniões será um remédio também para os novos na fé, expostos a enfermidades e aflições de tôda índole.
Por que fracassam em alguns lugares os cultos de oração? Vimos cultos a que assistia apenas uma parte mínima dos irmãos, o que, em vez de produzir bênçãos, mais é causa de desânimo. Essas igrejas sofrem e não aproveitam o que poderiam receber. Geralmente é a igreja a acusada desta situação, certamente objetável, mas talvez boa parte da falta resida em nós mesmos. Lembremo-nos do que disse o profeta: “Como é o sacerdote, assim será o povo”.
Para ter melhores cultos de oração, devemos em primeiro lugar planejá-los devidamente e em seguida levá-los a cabo de acôrdo como os planos preconcebidos. Nada bom se consegue como fazer as coisas ao azar. Deve dar-se ao assunto a atenção e importância que merece.
Como é lógico, o primeiro passo é conseguir que os membros assistam às reuniões. Para assegurar uma boa assistência, devemos: 1o. Anunciar êstes cultos, sábado pela manhã, mostrando nós mesmos o devido interêsse por êles, e não demoraremos em ver os resultados. 2o. Fazer constantemente trabalho pessoal em favor destas reuniões, convidando todos, velhos e novos na fé, bem como os interessados, para a elas assistirem. 3o. Educar os novos crentes na assistência a todos os cultos da igreja, pois assim como os encaminhamos na vida cristã, ao princípio, assim andarão depois.
Uma vez conseguida a boa assistência aos cultos, devemos esmerar-nos por mantê-la também, isto se consegue somente se os tornarmos o mais interessantes, proveitosos e abençoados possível. Notemos o que nos é dito em Serviço Cristão, pág. 126:
“Dever-se-ia tornar nossas reuniões intensamente interessantes. . . . Que não haja aí longos e insípidos discursos, e orações formais, feitos unicamente para ocupar o tempo. . .. Seu serviço se deve tor-nar interessante e atrativo não se permitindo que degenere numa formalidade insípida. … A igreja necessita da experiência nova e viva dos membros que mantêm uma habitual comunhão com Deus. Testemunhos e orações insípidos, batidos, destituídos da presença de Cristo, não ajudam o povo.”
A parte central e vital dêstes cultos é, por certo, a mensagem; portanto, deve ela ser bem estudada e apresentada na forma mais interessante e atrativa possível. As improvisações nunca dão bons resultados. Temos comprovado que às vêzes o pregador chega tarde e sem haver preparado seu as-sunto, e no último momento escolhe um versículo ao acaso, comentando-o de maneira superficial. Não devemos confiar na inspiração do momento. Isto não dá resultado nem produz bênção alguma. O povo do Senhor precisa de uma mensagem substancial nas noites de quarta-feira, também, e merece-a. Deus nos ajudará e fará Sua parte, se fizermos a nossa, preparando devidamente nossos assuntos.
Isto implica necessàriamente em três coisas: Oração, meditação e estudo. Os irmãos dão-se facilmente conta da diferença que há entre um estudo devidamente preparado e outro improvisado. Não podemos enganá-los.
Os assuntos devem ser escolhidos com cuidado especial. Pode usar-se uma continuidade de estudos sôbre um tema básico e transcendental para a igreja, como, por exemplo: “O Espírito Santo”, “A Justificação pela Fé”, “O Grande Movimento Adven-tista”, “O Salmo 23” eoutros, que produzam consolação, paz e júbilo à alma. Se os temas forem ilustrados com projeções luminosas, obtêm-se resultados ainda melhores. Os estudos devem ser curtos e apresentados de maneira tal que deixem nos corações um ensino claro e prático. Os assuntos de confirmação na doutrina adventista, usados no princípio do ano, serão de muita utilidade especialmente para os recém-batizados. Os estudos pós-batismais podem ser adaptados e usados com bom-êxito nestas reuniões.
O haver muitas vêzes irmãos que se levantam para dar um testemunho espontâneo, é uma prova de que têm desejo de expressar públicamente seu agradecimento e louvor a Deus pelas bênçãos recebidas. Devemos proporcionar-lhes amiúde a oportunidade de darem testemunhos, bem como de relatarem experiências missionárias relacionadas com as campanhas em prossecução.
A oração é uma fonte excelente de fortaleza espiritual. Por isso deve proporcionar-se à maior parte dos irmãos a oportunidade de orarem. Nas igrejas maiores, torna-se necessário formar grupos de oração. Convém fazerem-se orações com petições específicas. Aconselha-se orar em favor da obra do rádio, especialmente. Uma vez por mês podemos dedicar orações em favor das conferências de evangelização, dos enfermos e dos que têm problemas para resolver ou passam por dificuldades. Também convém mencionar nas reuniões de oração as campanhas missionárias.
Desta maneira êstes cultos representarão um centro de interêsse para todos e produzirão bênçãos preciosas e incalculáveis. “Nossas reuniões de testemunhos devem tornar-se ocasiões de auxílio e animação especiais. ” — Serviço Cristão, pág. 126.
José Riffel
Diretor dos Departamentos de Atividade Missionária, Escolas Sabatinas e Rádio da Missão Uruguaia.