(S. Mateus 4:18-22)

SRA. E. G. WHITE

A OBEDIÊNCIA pronta, implícita dêsses homens, [os apóstolos] sem promessas de remuneração, parece notável; mas as palavras de Cristo eram um convite que encerrava uma fôrça impelente. Cristo faria dêsses humildes pescadores, a Êle ligados, o meio de tirar homens do serviço de Satanás, levando-os ao de Deus. Nessa obra se tornariam testemunhas Suas, levando ao mundo Sua verdade sem mis-tura de tradição nem sofismas de homens. Mediante a prática de Suas virtudes, o andar e trabalhar com Êle haveria de qualificá-los para serem pescadores de homens.

Assim foram os primeiros discípulos designados para a obra do ministério evangélico. Durante três anos trabalharam junto do Salvador e, por Seus ensinos, obras e exemplo, prepararam-se para levar avante a obra por Êle começada. Pela simplicidade da fé,’ pelo serviço puro, humilde, foram os discípulos ensinados a assumir responsabilidades na causa de Deus.

Há, na experiência dos apóstolos, lições que nos convém aprender. Em sua fidelidade ao princípio, êsses homens eram como o aço. Eram homens incapazes de fracassar ou desanimar. Eram cheios de reverência e zêlo para com Deus, de desígnios e aspirações nobres. Eram por natureza tão fracos e impotentes como qualquer dos que se acham agora empenhados na obra, mas punham no Senhor tôda a confiança. Eram ricos, mas sua riqueza consistia na cultura da mente e da alma, e isso pode conseguir todo aquêle que puser a Deus como primeiro, e último, e melhor em tudo. Longamente labutaram para aprender as lições que lhes foram ministradas na escola de Cristo, e não labutaram em vão. Ligaram-se com o mais forte dos poderes e ansiavam sempre uma compreensão mais profunda, elevada e ampla das realidades eternas, a fim de poderem, com êxito, apresentar os tesouros da verdade ao mundo necessitado.

Obreiros dêsse quilate são hoje necessários, homens que se consagrem sem reservas à obra de apresentar o reino de Deus a um mundo que jaz em pecado. O mundo necessita de homens que pensem, homens de princípios, que estejam continuamente crescendo em compreensão e discernimento. Há grande necessidade de homens capazes de se servirem da imprensa com o melhor proveito, para que à verdade sejam dadas asas que a levem depressa a tôda nação, e língua e povo.

O Evangelho a Todos os Países

Por tôda parte a luz da verdade deve brilhar, para que os corações despertem e se convertam. Em todos os países deve ser proclamado o evangelho. Os servos de Deus devem trabalhar em lugares próximos e distantes, alargando as porções cultivadas da vinha, e indo às regiões além. Devem trabalhar enquanto é dia; pois a noite vem, quando ninguém pode trabalhar. Aos pecadores deve apontar-se um Salvador erguido numa cruz, fazendo-se ouvir por muitas vozes o convite: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” Devem organizar-se igrejas e elaborar planos para que a obra seja feita pelos membros das igrejas recém-organizadas. Ao saírem os obreiros cheios de zêlo e do amor de Deus, as igrejas em sua própria terra serão reavivadas, pois o êxito dos obreiros será considerado, por todos os membros da igreja, como objeto de profundo interêsse pessoal.

Necessitam-se homens e mulheres fervorosos, abnegados, que se dirijam a Deus e, com forte clamor e lágrimas, intercedam pelas almas que se acham à beira da ruína. Não pode haver colheita sem semeadura, nem resultados sem esforços. … A terrível condição do mundo pareceria indicar que a morte de Cristo tenha sido quase em vão, e Satanás haja triunfado. A grande maioria dos habitantes da Terra se têm aliado ao inimigo. Mas não fomos enganados. Não obstante a aparente vitória de Satanás, Cristo está levando avante Sua obra no santuário celeste e na Terra. A Palavra de Deus delineia a impiedade e a corrução que haveria nos últimos dias. Ao vermos o cumprimento da profecia, nossa fé na vitória final do reino de Cristo deve robustecer-se; e cumpre-nos sair com redobrado ânimo, para fazer a obra que nos é designada.

A solene e sagrada mensagem de advertência precisa ser proclamada nos campos mais difíceis e nas cidades mais pecaminosas, em todos os lugares onde a luz da grande tríplice mensagem ainda não raiou. Cada pessoa deve ouvir o último convite para as bodas do Cordeiro. De vila em vila, cidade em cidade, país em país, tem de ser proclamada a mensagem da presente verdade, não com exibições exteriores, mas no poder do Espírito. À medida que, na simplicidade do evangelho, forem expostos os divinos princípios que nosso Salvador veio apresentar neste mundo por palavra e exemplo, o poder da mensagem se fará sentir. Neste tempo tem que apoderar-se de todo obreiro uma nova vida, provinda da Fonte de tôda a vida. Oh! quão pouco compreendemos a grandeza de nossa missão!