Barcos sem Âncoras
Helene Washer
Acima do alarido dos fregueses numa loja de grande cidade, ouvi o chôro duma criança, e por fim descobri uma garotinha lacrimejante e desgrenhada que se separara da mãe. Para a sua mente amedrontada e confusa, nós que a cercavamos no sincero desejo de ajudá-la, éramos todos inimigos. Ela teria, continuado o seu chôro convulsivo e desconsolado se o gerente da loja não houvesse, por fim, encontrado a mãe.
Êste episódio insignificante é aplicável à vida de muito adulto. Quantos, sabendo-se perdidos, nada fazem além de expressar angústia em soluços! Quantos, sabendo-se perdidos, recusam ser encontrados, rejeitando oportunidades deparadas por quem gozosamente os ajudaria!
Muitos andam amedrontados e desorientados, justamente como essa criança, por se haverem apartado da Mão guiadora. A menina foi feliz porque alguém a reconduziu. Mas, se ninguém o houves se feito; se continuasse a vagar desnorteada naquela situação desesperante entre a multidão?
Lembro bem a sua expressão de abandono e desespero. Lembro, também, a luz que lhe brilhou nos olhos lacrimejantes, qual súbito raio de esperança, ao ver uma vez mais a mãe. Que alívio, que confiança revelaram!
Aquêle seu olhar não é muito comum nestes tempos difíceis. Muitos ainda são quais barcos sem âncora — sem Deus no mundo.
Pensai Nisto
Longfellow apanhava um pedaço inútil de papel, escrevia nêle um poema e fazia-o valer 6.000 dólares —isso é gênio.
Rockfeller assinava o nome num pedaço de papel e fazia-o valer milhões — isso é capital.
Tio Sam pega da prata, cunha-a e fála valer um dólar — isso é dinheiro.
Um mecânico toma um material que vale cinco cruzeiros e o transforma num artigo que valerá quinhentos — isso é perícia.
Um artista toma um pedaço de lona do valor de cem cruzeiros, pinta nêle um belo quadro, e fá-lo valer vinte mil cruzeiros — isso é arte.
Deus toma uma vida inútil pecadora, lava-a no sangue de Cristo, põe nela o Seu Espírito Santo, e faz dela uma bênção para a humanidade — isso é salvação. — The Preachers Magazine.